É natural e muito comum que pais separados vivam outros relacionamentos e formem novas famílias. Preparar os filhos para a mudança é importante, pois ajuda no relacionamento e no bem-estar, principalmente, dos filhos.
O novo companheiro ou companheira podem ser vistos pela criança como estranhos, por isso uma aproximação mais lenta pode facilitar o relacionamento.
Em alguns casos, a criança pode sentir ciúmes do novo membro da família ou do meio-irmão, se tiver, e pode também ficar mais agressiva ou recolhida. Um estudo da Universidade de Brigham, nos Estados Unidos, identificou três fatores que contribuem para a aproximação entre as famílias:
O casal deve discutir o mínimo possível, principalmente na frente das crianças;
Os pais devem ajudar as crianças a se sentirem confortáveis, permitindo que elas compartilhem suas frustrações;
O padrasto e a mãe, ou o pai e a madrasta, devem concordar entre si quanto a forma de criação.
Os pesquisadores identificaram que, geralmente, as frustrações ocorrem quando o padrasto/madrasta assumem em excesso a autoridade dos pais ou quando interrompem o modo como as coisas são feitas na família. A falta de diálogo e de participação das crianças e adolescentes nos assuntos da casa também contribuem para dificultar a aproximação. Quanto mais ativas elas forem, melhor será o relacionamento. Mas isso só é possível quando o casal permite esse diálogo. Ainda segundo o estudo americano, um dos erros mais comuns é quando o casal age como se nada tivesse mudado, como se o novo companheiro fosse um substituto e não alguém que chegou para contribuir. Outro erro comum é a mãe ou o pai assumirem os dois papéis dentro de casa.
Dicas para lidar com as mudanças:
De acordo com a Academia Americana de Pediatria, críticas não devem ser reagidas com exagero. Elas tendem a se tornar menos frequentes com o passar dos meses;
Geralmente, quando o novo companheiro é justo e se esforça de modo sincero para ter uma boa relação com a criança, ao longo do tempo os sentimentos negativos serão substituídos por sentimentos mais positivos;
Ouvir e reconhecer os sentimentos ajudam nesse processo, por isso não os ignore;
Descubra alguns interesses que vocês têm em comum e convide a criança ou o adolescente para participarem dessas atividades em conjunto;
Trate-o com respeito;
Se os desentendimentos continuarem, talvez seja necessário a ajuda de algum profissional da área da psicologia.